Com a entrada no Brasil da WeWork e no mercado da Spaces (Regus), uma pergunta inevitável aparece: escolher um Coworking de uma grande rede ou um espaço local? A escolha depende do perfil de quem busca, mas elencamos aqui alguns pontos que diferem os modelos.
O primeiro impacto da mudança do mercado causou preocupação nos escritórios locais, com a perda de diversos clientes, como start-up´s que contam com contratos globais com seus escritórios, assim como promissoras empresas locais, motivadas por propostas atraentes e pelo status de estar entre alguns “unicórnios”. O que prometia ser uma dominação total teve efeito mais curto que o previsto, também pelas notícias relacionadas ao IPO da WeWork, mas o fenômeno não pode ser apenas explicado por esse fator. Os espaços locais mantiveram seus clientes e não são poucos os que alegam terem sido beneficiados pelo investimento em marketing feito pelo líder de mercado.
E por que isso ocorre? Qual a força do “pequeno” no mercado de Coworking?
A primeira resposta vem de uma palavra conhecida dos empreendedores: escalabilidade (ou a falta dela). Um grande escritório, por maior que seja o espaço, não poderá reduzir seu preço a ponto de tornar a competência inviável. Ou seja, por terem capacidade de “produção” limitada, tanto espaços grandes como pequenos precisam maximizar seu retorno por metro quadrado.
Um segundo ponto, inerente a qualquer (boa) pequena empresa: a pessoalidade. Essa característica pode ser considerada em sentido amplo no mercado de Coworking, pois engloba desde o trato direto com proprietários que trabalham no local, a comunidade criada e até equipamentos específicos para uma determinada atividade.
Podemos incluir uma terceira explicação para a resiliência dos pequenos escritórios: a decisão de compra gera relacionamentos longos. No mercado hoteleiro, como exemplo contrário, o share of mind das grandes marcas influenciará uma tomada de decisão feita em poucos minutos. Ao contratar um escritório, por outro lado, pode-se fazer uma ampla pesquisa (ou ainda testes de uso), o que limita o efeito da diferença de investimentos em publicidade.